A tornozeleira eletrónica do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, deixou de emitir sinais de localização na madrugada do dia de Natal, 25 de dezembro. Horas depois, ele foi preso no Paraguai com um passaporte falso, conforme informações da Polícia Federal (PF) enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os sinais de geolocalização começaram a falhar por volta das 3h da manhã de quinta-feira e cessaram completamente na parte da tarde do mesmo dia. A corporação atribuiu a interrupção definitiva à falta de bateria no equipamento.
Silvinei Vasques foi detido na madrugada de sexta-feira, 26 de dezembro, no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção. A PF afirma que o ex-diregor tentava fugir para El Salvador. Ele havia sido condenado pelo STF, no início do mês, a 24 anos de prisão por participação na trama golpista de 2023.
Fuga iniciou-se na véspera de Natal
De acordo com relatórios da PF enviados ao ministro do STF Alexandre de Moraes, Silvinei Vasques deixou a sua residência em São José (SC) ainda na noite de quarta-feira, 24 de dezembro, véspera de Natal. As últimas imagens de vigilância mostram que ele saiu do condomínio por volta das 19h22.
Minutos antes, foi visto a carregar um veículo alugado com sacolas, rações e tapetes higiénicos para animais, embarcando com um cão da raça pitbull. Após esse momento, segundo a PF, o ex-diretor não foi mais visto.
As autoridades só foram acionadas para verificar o local no dia seguinte, após os primeiros problemas com a tornozeleira. Uma equipa da Polícia Penal de Santa Catarina esteve no condomínio entre as 20h10 e as 20h25 de quarta-feira, mas não encontrou Silvinei. Os policiais federais foram acionados às 23h do dia de Natal e, ao repetirem a busca, também não o localizaram.
A PF informou ao STF que ainda não é possível precisar os motivos da violação da tornozeleira nem confirmar se o equipamento foi deixado no apartamento.
Moraes decreta prisão preventiva
O ministro Alexandre de Moraes avaliou que as informações demonstram uma tentativa clara de fuga para burlar ordens judiciais. Em decisão desta sexta-feira, determinou a prisão preventiva de Silvinei Vasques.
“As diligências in loco realizadas pela Polícia Federal no endereço residencial do réu Silvinei Vasques indicam a efetivação de sua fuga”, escreveu Moraes. “O réu não se encontrava em seu apartamento no momento da diligência, em violação à medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno; estava utilizando veículo automotor alugado; esteve em seu endereço residencial até as 19h22min do dia 24/12/2025, quando não foi mais visto entrando ou saindo de carro; e carregou o veículo alugado com o seu animal de estimação e materiais para transporte de cachorro”, acrescentou.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Silvinei Vasques atuou durante as eleições para impedir o trânsito de eleitores em locais onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava à frente de Jair Bolsonaro (PL).
Fonte: G1