A Polícia Federal (PF) passou a considerar Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, como foragido da Justiça. A decisão ocorreu após agentes não o localizarem no endereço que ele havia informado à Justiça, durante uma operação para cumprir mandados de prisão domiciliar neste sábado (27).

A operação foi deflagrada em sete estados e no Distrito Federal para cumprir 10 mandados de prisão domiciliar, decretados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A medida foi tomada após a tentativa de fuga de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, que foi preso no Paraguai quando tentava viajar para El Salvador com documentos falsos.

Em São Paulo, quatro agentes da PF compareceram ao endereço de Moretzsohn por volta das 7h. No local, funcionários do prédio informaram que o presidente do Instituto Voto Legal havia se mudado há alguns meses. Esta não foi a primeira vez que autoridades não o encontraram: há pelo menos dois meses, uma oficial de Justiça também buscou o réu no mesmo endereço sem sucesso.

Em outubro, Carlos Moretzsohn foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, ele teria manipulado informações e utilizado dados falsos para embasar a contestação do resultado das eleições presidenciais de 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos na trama golpista. Sua pena foi menor que a de outros réus porque foi condenado por dois crimes (organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito) e absolvido de outros três, além de ter recebido uma atenuante por ter mais de 70 anos.

Em nota, a defesa de Carlos Moretzsohn afirmou que foi informada sobre o mandado de prisão domiciliar pela manhã. “Ao tentar contato com Carlos Rocha, ele nos telefonou, informou que havia mudado de endereço, não declinou o novo e encerrou a chamada”, disseram os advogados, que comunicaram a situação à Polícia Federal.

Outro alvo da operação também não foi localizado inicialmente: o tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida. A PF foi a Goiânia em seu encalço, mas descobriu que o militar estava em viagem com a família em Vera Cruz (BA). Após contato, Guilherme Almeida informou que iria para Salvador aguardar novas determinações.

Fonte: G1