O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registou um crescimento de 3,3% no terceiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado ficou ligeiramente abaixo das projeções do mercado, que antecipavam um avanço de 3,5%.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelo forte desempenho do investimento fixo bruto, além de resultados positivos nos setores financeiro, de mineração e extração, e de hospedagem e alimentação. Em relação ao trimestre anterior, o PIB apresentou uma expansão de 0,3%, considerando a série com ajuste sazonal.
Este cenário económico surge num contexto político marcado pela vitória significativa do partido do presidente Javier Milei nas eleições legislativas de meio de mandato, realizadas em outubro. O resultado eleitoral, interpretado como um apoio à sua agenda de reformas, levou a uma valorização dos ativos argentinos.
Economistas observam que a terceira maior economia da América Latina procura consolidar a sua recuperação, após ter saído da recessão no final de 2024. No entanto, o cenário permanece desafiador, com o consumo interno e a produção industrial ainda sob pressão.
Analistas sugerem que o desempenho eleitoral de Milei reflete a preocupação dos eleitores com um possível regresso às crises económicas do passado e uma maior disposição para conceder tempo ao seu ambicioso programa de reformas, apesar do desconforto com as medidas de austeridade.
O governo de Milei projeta um crescimento de 5,4% para a economia argentina em 2025, enquanto a mais recente Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM), do banco central, antecipa uma expansão de 4,4%.