Uma pesquisa Quaest divulgada nesta sexta-feira (19) revela que a maioria dos brasileiros se opõe a propostas que dificultem o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o levantamento, 51% dos entrevistados discordam de medidas nesse sentido, enquanto 33% concordam e 16% não souberam ou não responderam.

A pergunta apresentada aos participantes contextualizou o debate: "Existe uma proposta que dificulta o impeachment de ministros no STF. Quem apoia diz que isso previne a ameaça de afastamento de ministros como arma política. Críticos dizem que isso impediria que os ministros fossem cobrados pela sociedade. Qual sua opinião?"

O estudo, encomendado pela Genial Investimentos, ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre 11 e 14 de dezembro. A pesquisa tem nível de confiança de 95% e margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O tema ganhou relevância após decisões recentes do ministro Gilmar Mendes, do STF. No início de dezembro, ele havia determinado que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia pedir impeachment de ministros da Corte. No entanto, após pedido do Senado, o ministro suspendeu parte da decisão, mantendo em vigor a regra atual que permite a qualquer cidadão apresentar tais pedidos, que são analisados pelo Senado.

Divergências por posicionamento político

A análise por perfil político mostra diferenças significativas. A maior oposição à proposta está entre eleitores de direita não bolsonaristas (70% contra), seguidos por bolsonaristas (59% contra).

Entre os que se declaram independentes, metade (50%) discorda da medida. No espectro da esquerda, 46% dos não lulistas são contra, enquanto entre os lulistas, 34% se opõem e 46% concordam com a dificuldade do impeachment.

Avaliação do STF em alta

Na mesma data, a Quaest divulgou outra pesquisa indicando melhora na avaliação do trabalho do STF. A aprovação positiva subiu 10 pontos percentuais, de 23% em julho para 33% em dezembro. A avaliação regular caiu de 34% para 24%, enquanto a negativa se mantém em 36%.