A perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem hérnia inguinal bilateral e necessita de reparo cirúrgico. O laudo, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recomenda que o procedimento seja realizado “o mais breve possível”, embora o caráter seja eletivo, ou seja, não urgente.

De acordo com os peritos, houve uma “piora progressiva” do quadro, provavelmente causada pelo “aumento da pressão intra-abdominal decorrente dos soluços e da tosse crônica”. A hérnia inguinal bilateral ocorre quando tecidos internos do abdômen se projetam por pontos fracos na parede muscular de ambos os lados da virilha.

O relatório informa que Bolsonaro vem relatando soluços constantes e desconforto na região. Em agosto de 2025, exames não apontavam sinais do problema. Em novembro, foi identificada clinicamente uma hérnia em apenas um lado. Em dezembro, exames de imagem confirmaram que a condição passou a ser bilateral. Apesar da evolução, não foram registradas complicações graves.

A defesa de Bolsonaro informou ao STF que o estado de saúde do ex-presidente se agravou nos últimos meses, com aumento da dor e do desconforto devido às crises frequentes de soluço, que elevam a pressão abdominal e prejudicam o sono e a alimentação.

Em setembro de 2025, ainda sob prisão domiciliar, Bolsonaro passou por uma cirurgia para remoção de lesões de pele. A biópsia do material apontou a presença de carcinoma de células escamosas, um tipo comum de câncer de pele, em duas das oito manchas removidas. Segundo a equipe médica, não serão necessários novos procedimentos cirúrgicos, mas é recomendado acompanhamento periódico.