A cotação do ouro ultrapassou a barreira de US$ 4.500 por onça (31,1 gramas) nas negociações desta quarta-feira (24), impulsionada por dois fatores principais: a expectativa de novos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2026 e o aumento das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a Venezuela.
O metal, considerado um ativo refúgio por investidores em tempos de incerteza, era negociado a US$ 4.519,78, consolidando uma sequência de alta que acumula valorização de impressionantes 70% desde o início de 2025. Outros metais preciosos seguiram a tendência, com a prata e o cobre registrando máximas e a platina atingindo seu maior valor desde maio de 2008.
Analistas apontam que a escalada de riscos entre Washington e Caracas contribuiu para a busca por segurança. A declaração do presidente Donald Trump, sugerindo que seria “inteligente” Nicolás Maduro deixar o poder, e o anúncio de um bloqueio a navios petroleiros venezuelanos em 16 de dezembro, acentuaram a percepção de risco no mercado.
Paradoxalmente, os mercados de ações também fechavam o ano em tom positivo, otimistas com a perspectiva para 2026. O índice S&P 500 atingiu um novo recorde após dados mostrarem que a economia dos EUA cresceu 4,3% no terceiro trimestre, ritmo mais acelerado em dois anos. Este forte desempenho, puxado por gastos de consumidores e empresas, levou os investidores a reduzirem as apostas em um corte de juros já no próximo mês.
O cenário atual apresenta um equilíbrio: enquanto a expectativa de juros mais baixos no futuro sustenta o apetite por ouro, o vigor da economia americana oferece suporte ao mercado de risco, compensando eventuais adiamentos na política monetária mais flexível.
Fonte: G1