A Justiça determinou, neste sábado (27), a manutenção da prisão domiciliar para oito dos dez condenados por tentativa de golpe de Estado que foram alvo de uma operação da Polícia Federal. A decisão foi tomada durante as audiências de custódia realizadas pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino.

Os outros dois réus, que também tiveram prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, não foram localizados durante as diligências e, portanto, não passaram pelo procedimento judicial obrigatório.

As prisões domiciliares foram determinadas por Moraes um dia após a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no Paraguai. Vasques foi detido enquanto tentava embarcar para El Salvador com documentos falsos e já foi transferido para Brasília.

Diante da ação de Vasques e para evitar novas tentativas de fuga, o ministro do STF ordenou a prisão domiciliar de dez condenados por tentativa de golpe. Nas decisões, Moraes citou a tentativa de fuga de Silvinei e a fuga de Alexandre Ramagem, outro condenado que está nos Estados Unidos, argumentando haver “fundado receio” de novas tentativas.

Os oito condenados que passaram pela audiência de custódia e tiveram a prisão mantida são:

  • Filipe Martins (PR), ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Ângelo Denicoli (ES), major da reserva do Exército;
  • Bernardo Romão Corrêa Netto (DF), coronel do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos (TO), coronel do Exército;
  • Giancarlo Rodrigues (BA), subtenente do Exército;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (RJ), tenente-coronel do Exército;
  • Marília Alencar (DF), ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (RJ), ex-major do Exército.

Eles terão de usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas restritivas, como a proibição do uso de redes sociais, contato com outros investigados, entrega de passaportes e recebimento de visitas. O ministro do STF também determinou a suspensão de eventuais documentos de porte de arma de fogo.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, não foi encontrado no endereço informado à Justiça e passou a ser considerado foragido pela Polícia Federal. Já Guilherme Marques Almeida, que estava em um estado diferente do informado, entrou em contato com as autoridades e está a caminho de sua residência para cumprir a prisão domiciliar.

A operação da PF para cumprir os mandados contou com apoio do Exército Brasileiro e ocorreu nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal.

Fonte: G1