O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, encerrou o ano de 2025 em queda. Após um período de oscilações, o indicador recuou 0,01% em dezembro e acumulou uma deflação de 1,05% no acumulado do ano, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Este resultado indica que, na média, os preços monitorados pelo índice ficaram mais baixos ao longo de 2025. A queda reflete um ano marcado pela desaceleração da atividade econômica global e pela melhora nas safras agrícolas, que contribuíram para a redução dos preços de matérias-primas.

Comportamento dos componentes do IGP-M

A queda anual do IGP-M foi influenciada principalmente pelo comportamento dos preços no atacado, que têm o maior peso no cálculo do índice.

  • IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo – 60% do IGP-M): registrou queda de 0,12% em dezembro e uma deflação de 3,35% no acumulado de 2025.
  • IPC (Índice de Preços ao Consumidor – 30% do IGP-M): apresentou comportamento distinto, com alta de 0,24% em dezembro, mantendo uma trajetória de inflação moderada ao longo do ano, pressionada por serviços e habitação.
  • INCC (Índice Nacional de Custo da Construção – 10% do IGP-M): subiu 0,21% em dezembro e acumulou alta de 6,01% em 12 meses, refletindo pressões persistentes no setor da construção civil.

O aluguel vai cair com a queda do IGP-M?

Apesar da deflação do IGP-M em 2025, isso não se traduz automaticamente em redução nos valores dos aluguéis. A relação depende de vários fatores:

  • Cláusula Contratual: Nos contratos que utilizam o IGP-M como indexador, o reajuste anual é baseado na variação acumulada dos 12 meses anteriores. Um índice negativo pode resultar em um reajuste menor ou até em uma redução, se previsto em contrato.
  • Mudança de Referência: Muitos contratos firmados recentemente deixaram de usar o IGP-M e passaram a adotar o IPCA, que segue em trajetória de alta.
  • Dinâmica de Mercado: Fatores como oferta e demanda por imóveis, renegociações e valores praticados localmente têm influência direta e podem sustentar altas nos aluguéis mesmo com o IGP-M em queda.

Portanto, a queda do IGP-M é um indicador relevante, mas a decisão final sobre o reajuste do aluguel depende da análise do contrato e das condições específicas do mercado imobiliário.

Fonte: G1