O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou publicamente sua discordância em relação às críticas feitas pelo ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), sobre sua gestão. A divergência veio à tona após Lira expressar insatisfação com a condução dos trabalhos, especialmente durante a análise da cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Em mensagens direcionadas a parlamentares do PP, Lira classificou a Câmara como uma “esculhambação” e afirmou ser necessário “reorganizar a Casa”, chegando a declarar que Motta estaria “perdido” e ouvindo conselhos equivocados.
Em resposta, durante encontro com jornalistas na Residência Oficial da Câmara, Motta manteve o tom respeitoso, mas firme. “Sempre tive uma relação de muita amizade, desde que cheguei a Brasília, com o deputado Arthur Lira. Continuo tendo essa relação de respeito. Não concordo com as críticas”, afirmou. Ele destacou que cada gestor possui seu próprio estilo e forma de tomar decisões, seguindo com tranquilidade o que acredita ser correto.
Além de rebater Lira, Motta também se posicionou contra a narrativa de que o Congresso Nacional seria “inimigo do povo”, mote que ganhou força em manifestações e redes sociais. O presidente da Câmara defendeu a atuação do Legislativo, afirmando que a Casa “representa a sociedade” e entregou projetos importantes em 2025. “A Câmara não atrapalhou o país, a Câmara ajudou o país. Teve protagonismo e uma votação condizente com a representação da nossa população”, declarou.
Motta reconheceu a existência de gargalos em sua gestão, mas ressaltou que os “erros e acertos” são compartilhados com o Colégio de Líderes, em um processo de diálogo constante. Sobre a possibilidade de reeleição em 2026, o parlamentar paraibano disse confiar na avaliação de seu mandato pelo eleitorado, entrando no próximo ano “com vontade de acertar, de produzir e honrar”.