Parlamentares do Partido Democrata no Congresso dos Estados Unidos exortaram o presidente Donald Trump, nesta sexta-feira (19), a revogar as tarifas punitivas impostas ao Brasil e a adotar medidas que fortaleçam a parceria bilateral.
O apelo consta de uma carta assinada por 50 congressistas da oposição, datada de quinta-feira, mas divulgada oficialmente na sexta. No documento, os democratas argumentam que a política comercial atual é prejudicial e pedem uma agenda conjunta focada em desenvolvimento sustentável, proteção ambiental e direitos trabalhistas.
“Em vez de adotar uma política comercial punitiva equivocada e autodestrutiva com o Brasil, pedimos que vocês trabalhem com o país para promover uma agenda comercial que avance o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e os direitos dos trabalhadores. Acreditamos que o Brasil é um parceiro importante para os Estados Unidos na América Latina e encorajamos vocês a aprofundar a cooperação”, afirmaram.
Os signatários acusam Trump de fazer “uso indevido e ilegal” da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para justificar as tarifas. A violação dessa lei pode resultar em penalidades civis e criminais, embora o presidente usufrua de imunidade judicial para atos oficiais.
Os democratas também criticaram as justificativas apresentadas pela administração Trump, incluindo alegações de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a carta, tais ações representam uma tentativa de “minar a democracia brasileira”.
“Condenamos suas múltiplas e sem precedentes tentativas de minar a democracia no Brasil e seus esforços fracassados para proteger o ex-presidente brasileiro Bolsonaro de ser responsabilizado por tentar um golpe. (…) Suas políticas em relação ao Brasil só prejudicaram a liderança dos EUA na região. (…) As tarifas aceleraram os esforços do Brasil e outros países a se distanciarem dos EUA, e a China rapidamente aproveitou a oportunidade para se colocar como ‘defensor’ do Sul global”, destacaram.
Este é o terceiro comunicado do tipo enviado pelos democratas a Trump em 2025. Em setembro, acusaram-no de usar tarifas para “defender colega golpista”; em julho, apontaram “claro abuso de poder”.
Em paralelo, o governo Lula obteve, no final de novembro, a suspensão das tarifas de 40% para mais de 200 produtos brasileiros, como carne bovina, café e cacau. A medida, descrita pelo presidente como “uma vitória do diálogo”, vale para mercadorias que ingressaram nos EUA a partir de 13 de novembro.
Outro avanço diplomático foi a revogação das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.