O conselho de administração da Warner Bros. Discovery recomendou formalmente que os seus acionistas rejeitem a proposta de aquisição hostil de 108,4 mil milhões de dólares apresentada pela Paramount Skydance. A posição da empresa, anunciada esta quarta-feira, reforça o acordo de fusão já estabelecido com a Netflix, representando mais um capítulo na complexa disputa pelo controlo do histórico estúdio e do seu vasto catálogo.
O conselho considerou a oferta da Paramount “inferior” quando comparada com o acordo vinculativo de 72 mil milhões de dólares celebrado com a Netflix a 5 de dezembro. A proposta da Paramount, uma oferta hostil apresentada três dias depois, tenta bloquear o negócio com a gigante do streaming, oferecendo 30 dólares por ação em dinheiro.
Segundo a administração da Warner, o acordo com a Netflix, que prevê 27,75 dólares por ação, abrange os estúdios de cinema e televisão, o acervo de conteúdos e o serviço de streaming HBO Max. A transação, que não requer captação de capital adicional e inclui compromissos de dívida considerados sólidos, está sujeita à aprovação dos reguladores norte-americanos.
“Estamos convencidos de que a parceria entre a Netflix e a Warner Bros. trará mais opções e valor aos consumidores, ampliará o alcance da comunidade criativa com a nossa distribuição combinada e impulsionará o crescimento de longo prazo”, afirmou a Warner Bros. Discovery.
O vencedor desta batalha terá uma vantagem significativa na chamada “guerra do streaming”, assegurando um catálogo que inclui clássicos como Casablanca e Cidadão Kane, além de franquias de sucesso como Harry Potter e séries icónicas como Friends e as produções da HBO.
A oferta da Netflix, cujo valor total, incluindo a assunção de dívidas, ascende a cerca de 82,7 mil milhões de dólares, destacou-se pelo compromisso de manter os lançamentos cinematográficos da Warner nos cinemas e por um pagamento maioritariamente em dinheiro. Por outro lado, a proposta da Paramount, avaliada em 108,4 mil milhões de dólares considerando a compra e a assunção de dívidas, intensificou a pressão sobre as negociações, que já envolvem altos executivos de Hollywood e autoridades políticas.