A cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral no ex-presidente Jair Bolsonaro foi concluída com sucesso na tarde desta quinta-feira (25), sem registo de intercorrências. O procedimento, que durou cerca de 3 horas e 30 minutos, foi realizado no Hospital DF Star, em Brasília, e autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com a equipa médica, o ex-presidente já se encontra no quarto, em recuperação pós-operatória. O cirurgião Cláudio Birolini explicou que foi realizada a correção da hérnia, classificada como mista (direta e indireta), com reforço da parede abdominal e colocação de uma tela de material plástico.
O período de recuperação está estimado entre cinco a sete dias, com cuidados focados em analgesia e fisioterapia. Um boletim médico oficial informa que Bolsonaro segue em cuidados pós-operatórios, incluindo “analgesia, fisioterapia motora e prevenção de trombose venosa”.
Tratamento para soluços é reavaliado
Paralelamente, os médicos estão a otimizar o tratamento clínico para os soluços persistentes que afetam o ex-presidente. Inicialmente previsto para esta semana, um possível bloqueio do nervo frénico – procedimento para interromper soluços – foi adiado para reavaliação na próxima segunda-feira (29).
O cardiologista Brasil Caiado, que integra a equipa, afirmou que a decisão visa observar a resposta do paciente à medicação intensificada, considerando uma possível relação do problema com uma esofagite severa, gastrite e refluxo gastroesofágico diagnosticados.
O que é uma hérnia inguinal?
A hérnia inguinal, popularmente conhecida como hérnia na virilha, ocorre quando tecidos internos do abdómen protruem através de um ponto fraco na parede muscular abdominal. Quando isto acontece em ambos os lados, denomina-se hérnia bilateral. Pode causar inchaço, dor ou desconforto, especialmente durante esforços.
Especialistas consultados pelo G1 explicam que o abdómen é composto por várias camadas (pele, gordura, músculo e uma membrana resistente chamada aponeurose) que, quando rompidas por cirurgias ou traumas anteriores, podem formar pontos frágeis. O intestino pode projetar-se por essas brechas, podendo, em alguns casos, ficar “encarcerado”, ou seja, preso e incapaz de retornar à cavidade abdominal, o que constitui uma emergência cirúrgica.
No caso de Bolsonaro, múltiplas intervenções abdominais no passado podem ter contribuído para a formação de aderências e fibroses, tornando a região mais rígida e potencialmente relacionada com sintomas como os soluços persistentes.
Fonte: G1 – Termina cirurgia de Bolsonaro para tratamento de hérnia em hospital de Brasília