O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido nesta quinta-feira (25/12) a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. Este é o oitavo procedimento cirúrgico que ele enfrenta desde o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.

De acordo com informações médicas, a cirurgia, realizada no hospital DF Star, em Brasília, não apresentou intercorrências. A previsão é de que Bolsonaro permaneça internado por aproximadamente uma semana antes de retornar à carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde cumpre pena de 27 anos de prisão por crimes como golpe de Estado, conforme condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro deste ano.

O motivo da cirurgia

A intervenção foi necessária para corrigir hérnias nas duas virilhas do ex-presidente. Segundo laudo da Polícia Federal, na virilha direita foi constatada a saliência de uma alça do intestino, enquanto na esquerda identificou-se a saliência de uma camada de gordura abdominal. Apesar de existir a possibilidade de tratamento não operatório, a maioria dos cirurgiões recomenda a cirurgia em casos de hérnia inguinal devido ao risco de agravamento, como o estrangulamento do tecido.

Esquema de segurança rigoroso

A cirurgia só foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou um rígido esquema de segurança. As medidas incluíram transporte sob escolta policial, vigilância constante da PF no hospital e no leito do ex-presidente, e a proibição de entrada de equipamentos eletrônicos no quarto. As visitas foram restritas inicialmente à esposa, Michelle Bolsonaro, e posteriormente estendidas aos filhos, todas sujeitas à autorização ministerial.

Contexto político e familiar

O procedimento ocorre em um momento de definições na direita brasileira. Pouco antes da cirurgia, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) leu uma carta na qual o ex-presidente declara apoio formal à sua pré-candidatura à Presidência em 2026. O anúncio, feito em frente ao hospital, gerou reações mistas entre aliados, com alguns questionando a estratégia. Apesar da prisão, analistas políticos ainda consideram Jair Bolsonaro um nome central da direita no país.

Além da correção das hérnias, a equipe médica avalia a necessidade de um procedimento para controlar crises de soluço que têm afetado o ex-presidente, possivelmente através de um bloqueio anestésico do nervo frênico.

Fonte: G1