A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro informou neste sábado (27) que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a um novo procedimento cirúrgico. Segundo ela, o ex-presidente realizou um bloqueio do nervo frênico, técnica indicada para interromper soluços persistentes que não respondem a tratamentos convencionais.

“Meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico para realizar o bloqueio do nervo frênico. Peço que intercedam em oração por mais esse procedimento, para que seja exitoso e traga alívio definitivo”, escreveu Michelle em uma rede social. Ela acrescentou que já são “nove meses de luta e de angústia com soluços diários”.

O cirurgião-geral Cláudio Birolini, responsável pelo caso, confirmou que um novo boletim médico seria emitido em breve. Uma coletiva de imprensa estava marcada para as 17h. Pouco antes das 16h, Michelle voltou a se manifestar para informar que o procedimento havia sido concluído. “Recebi a mensagem de Cláudio Birolini informando que o procedimento foi concluído. Seguimos em oração para que seja exitoso esse procedimento e para uma boa recuperação. Ele permanecerá em observação por mais 30 minutos”, detalhou.

O que é o bloqueio do nervo frênico?

O bloqueio do nervo frênico é um procedimento que reduz temporariamente a atividade do nervo responsável por controlar o diafragma, músculo essencial para a respiração. O objetivo é interromper crises de soluços persistentes. Realizado com anestesia local, o bloqueio consiste na aplicação de um medicamento próximo ao nervo, geralmente guiada por ultrassom. É uma opção terapêutica considerada apenas quando os soluços são refratários a outros tratamentos e causam impacto clínico significativo.

O quadro de soluços é uma das principais queixas de saúde do ex-presidente. Na semana passada, uma perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) já havia avaliado que o bloqueio do nervo frênico seria uma medida tecnicamente adequada e deveria ser realizado o quanto antes.

Contexto da internação e procedimentos anteriores

Esta nova intervenção ocorre dois dias após Bolsonaro ser submetido a uma cirurgia para tratamento de uma hérnia inguinal bilateral, na quinta-feira (25). O procedimento, que durou cerca de 3h30, foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e classificado como eletivo (não urgente, mas necessário).

De acordo com o último boletim médico divulgado na sexta-feira (26), os médicos do hospital haviam realizado ajustes nas medicações para controlar o soluço e o refluxo gastroesofágico do ex-presidente.

A perícia do INC, que analisou o caso, concluiu que a hérnia inguinal bilateral de Bolsonaro sofreu uma “piora progressiva”, provavelmente agravada pelo “aumento da pressão intra-abdominal decorrente dos soluços e da tosse crônica”. Os peritos recomendaram que a cirurgia fosse feita “o mais breve possível”.

Jair Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília desde 22 de novembro, após violar o uso da tornozeleira eletrônica. Ele cumpre pena de mais de 27 anos de reclusão no local.

Fonte: G1