Os Correios concluíram, na sexta-feira (26), a contratação de um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a cinco dos maiores bancos do Brasil: Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A operação, publicada no Diário Oficial da União (DOU) no sábado (27), visa reforçar o caixa da estatal, que enfrenta uma grave crise financeira.

O acordo tem validade até 2040 e conta com a garantia da União, um respaldo do governo federal que reduz o risco para as instituições financeiras. Com essa garantia, o Tesouro Nacional se compromete a honrar as parcelas caso os Correios não consigam pagá-las.

A autorização para o empréstimo foi concedida pelo Tesouro na semana passada, após a rejeição de uma proposta anterior de R$ 20 bilhões, que previa juros acima do limite aceitável para operações com garantia federal. A operação aprovada, de R$ 12 bilhões, respeitou a taxa de juros máxima estipulada e atendeu aos critérios de avaliação da capacidade de pagamento da estatal, que possui um plano de reequilíbrio aprovado.

A Crise dos Correios

A empresa acumula prejuízos há 12 trimestres consecutivos. Apenas no primeiro semestre de 2025, o rombo foi de R$ 4,36 bilhões, o maior da sua história. Entre os principais fatores que levaram a essa situação estão:

  • Forte aumento dos gastos com pessoal;
  • Redução de receitas devido a mudanças no programa Remessa Conforme;
  • Queda acentuada no fluxo de caixa;
  • Crescimento das despesas com precatórios (dívidas judiciais);
  • 85% das agências operando no prejuízo.

Plano de Reestruturação e Debate sobre Privatização

Para tentar reverter o cenário, a nova gestão implementou um plano de reestruturação que inclui corte de custos, um Programa de Demissão Voluntária (PDV), venda de imóveis ociosos, renegociação de contratos e mudanças nos benefícios aos funcionários.

Em meio às negociações para socorrer a estatal, o debate sobre a privatização dos Correios voltou a ganhar força. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou categoricamente essa possibilidade, atribuindo as dificuldades a uma “gestão equivocada” e afirmando que buscará soluções por meio de mudanças na administração e parcerias, mas não através da venda da empresa.

Fonte: G1 – Correios fecham empréstimo de R$ 12 bilhões com bancos para reforçar caixa