O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso no aeroporto de Assunção ao tentar embarcar para El Salvador, apresentou às autoridades paraguaias uma declaração na qual afirmava ter um câncer cerebral grave que o impedia de falar ou ouvir.
No documento intitulado “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, Silvinei alegou: “Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave”. Ele detalhou ter diagnóstico de “Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais”.
Segundo a declaração, o objetivo da viagem era realizar um tratamento de radiocirurgia em El Salvador. “Viajo desde Assunção, Paraguai, para San Salvador, El Salvador, em voo operado pela empresa COPA Airlines, com o objetivo exclusivo de receber referido tratamento médico”, afirmava o texto.
A tentativa de fuga ocorreu horas após Silvinei Vasques romper a tornozeleira eletrônica na madrugada de Natal. Ele havia sido condenado a 24 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2022 e início de 2023.
De acordo com informações da Polícia Federal repassadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, Silvinei deixou sua residência em São José (SC) na noite de 24 de dezembro, antes que a tornozeleira parasse de funcionar. Imagens mostram que ele carregou um veículo alugado com sacolas e embarcou com um cachorro da raça pitbull por volta das 19h22.
As buscas começaram somente no dia seguinte. Equipes da Polícia Penal de Santa Catarina e, posteriormente, da Polícia Federal foram ao local, mas não encontraram o ex-diretor da PRF.
Fonte: G1